Projeto alia ensino de tecnologia com valorização cultural no Quilombo do Mearim, em Quixeramobim

O projeto Programando e Aprendendo Itinerante, do Instituto Idear, inicia uma nova etapa no Quilombo do Mearim, em Quixeramobim, reunindo o ensino de tecnologia com o fortalecimento da identidade de grupos afrodescendentes. A iniciativa oferecerá aulas de pixel art para crianças e adolescentes da comunidade, integrando elementos da cultura local ao processo educativo.

Reconhecido em 2023 como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares (ligada ao Ministério da Cultura), o Quilombo do Mearim teve sua trajetória histórica resgatada a partir de estudos como os do historiador Carlos César Sabino, que tem raízes na região. A certificação reforça a importância da preservação da memória e das tradições da comunidade, agora também refletida na proposta pedagógica do projeto.

A partir de escuta ativa e diálogo com os moradores do Mearim, o projeto mapeou costumes, histórias e práticas culturais transmitidas por gerações. Entre os temas identificados para abordagem nas aulas estão a musicalidade, as brincadeiras tradicionais, o reisado e os festejos juninos, todos incorporados de forma criativa nas atividades de arte digital.

Essa é mais uma ação do Programando e Aprendendo Itinerante com foco em utilizar o ensino de tecnologias como ferramenta de valorização de culturas ancestrais. As primeiras experiências aconteceram na comunidade indígena Tapeba, em Caucaia, onde os alunos aprenderam sobre robótica e arte digital explorando temas da vivência e dos saberes do próprio povo.

Com a chegada ao Quilombo do Mearim, o projeto amplia seu objetivo e o respeito à diversidade cultural, mostrando que as novas tecnologias também podem ser usadas para potencializar questões fundamentais, como o resgate da identidade de um povo, conectando o futuro tecnológico à riqueza das tradições culturais.